25 março 2006

A tradição da matança do porco (Sandra Nogueira, antropóloga)

Cara D. Alice,

Sou antropóloga e pesquiso desde 2001 a matança do porco em diversas regiões do País, apesar de residir no Cartaxo - Ribatejo - e ter as tradições daqui como ponto de partida para a pesquisa.

Foi com agradável surpresa que vi há pouco o seu blog onde fala da tradição da matança do porco em Marco de Canavezes. Dado que recolho informação de diversos pontos do País, gostaria de saber se poderia de alguma forma colaborar comigo, enviando-me não só descrições do que conhece, receituários relativamente a enchidos e almoços ou jantares de matança, assim como fotos.

Procuro entretanto uma editora para editar a primeira parte da pesquisa concluída em 2005, mas preparo-me agora para avançar com uma segunda parte.

Desde já grata pela atenção dispensada, apresento os melhores cumprimentos.

Sandra Nogueira

Rua Júlio Dinis, 72070-664

Vila chã de Ourique
CartaxoPortugal
Móvel: 96 479 4411

http://www.geocities.com/sandrix65/Mainpagesandrix.html

http://antropologia.com.sapo.pt

05 março 2006

Carnevale, adeus carne!

Paredes de Viadores > Carnaval de 1993 ou 1994 > O grupo de foliões de Candoz ... Vejam lá se descobrem quem é quem...
O Capuchinho Vermelho é a nossa Nita, o sapo é o Tiago (filho da Nita e do Gusto), á esquerda o militar é o Filipe (filho da Nita e do Gusto) ao seu lado, vestida de noiva é a Joana (filha da Alice e do Luis), a figura grande é o Eduardo casado com a Zezinha que está por trás com um cobertor) - genro e filha da Rosa e do Quim. Por trás de todos, com peruca de mulher está o Pedro filho do nosso Zé. À frente do militar (Filipe) está a Rosa a tapar a boca da máscara. Por trás da noiva , vendo-se só a máscara, está o João (nosso futuro médico) - filho da Alice e do Luis, a seu lado encoberto pelo capuchinho vermelho (Nita) está um índio (Alice).


São fotos do carnaval de Paredes de Viadores (e, por extensão, de Candoz) de há 12 ou 13 anos atrás! E que nos faz recordar os carnavais de outros tempos, da nossa infância... em que não havia dinheiro para comprar os atavios que hoje se usam, desde as máscaras às roupas... Nessa altura tudo se improvisava com o material (pobre) que aparecia à mão: faziam-se máscaras com meias, os rapazes vestiam-se de raparigas, estas apalpavam os rapazes... Era o mundo de pernas para o ar...

O Carnaval de outrora era, de acordo com etimologia da palavra latina carnevale, o "adeus à carne": a partir da quarta-feira de cinzas, durante toda a quaresma e até ao Domingo de Páscoa, a Santa Madre Igreja impunha aos cristãos, aos camponeses, pobres, o jejum e a abstinência...

O Carnaval marcava o fim do solstício do Inverno e o início do equinócio da Primavera: para os camponeses do Norte, pequenos proprietários ou rendeiros, a casa estava farta, tinha-se feito a vindima, as colheitas do cereal (o milho, o centeio), a matança do porco... O solstício do verão é a dura labuta, cíclica, pelo pão: novas sementeiras, novos trabalhos, sangue, suor e lágrimas... até ao São Miguel...

O Carnaval era a descompressão, a transgressão, a inversão de papéis, a ilusão de que se podia subverter os papéis, os valores...

Paredes de Viadores > Carnaval de 1993 ou 1994 > Os reis da festa, os noivos: "Aqui vão os jovens noivos / Que nunca souberam namorar / Agora desta idade / São bons é para mijar"....
Ela é a Glória "de Passinhos", ele o Sr. José "Barbeiro".


O João (casado com a Ana Maria-filha do Manuel e da Mi), o Filipe e o Pedro.


O Tiago (o nosso futuro médico), filho da Nita e do Gusto.


A Nita e a Zezinha


Á direita a Mi (casada com o Manuel) e a sua irmã Amélia, tascando o linho.


A Joana (filha da Alice e do Luis) com o Filipe (filho da Nita e do Gusto).

A Nita com a sua mana Alice.


Fotos do álbum de Luís Graça (2006)

04 março 2006

A nossa querida Ana Maria


A Ana Maria (filha do Manuel e da Mi) com a sua filha Tânia
Candoz > Festa de Carnaval > Década de 1990 >

© Luís Graça (2006)


A Ana Maria, filha mais velha do Manel e da Mi, é uma das nossas sobrinhas que tem um lugar especial no nosso coração. Durante anos, ela foi uma enfermeira exemplar e dedicada, à cabeceira dos seus avós, a Maria Ferreira e o José Carneiro. Temos para com ela uma dívida que nenhum dinheiro do mundo pode pagar: ela ajudou a dar qualidade de vida aos últimos anos de vida dos nossos pais,sogros e/ou avós...

É sempre com alegria que a gente está com ela... É um torrão de açúcar, a Ana Maria, para além de boa mãe (Tânia e Maria João) e esposa (do João).

Ela há dias foi à casa do Meco (e da Vera, sua irmã - outra das nossas sobrinhas, e são muitas!, que nós adoramos) e deixou-nos na caixa do correio esta mensagem que nos tocou a todos e que merece este destaque de hoje:

"Senti hoje ao consultar o vosso blogue muita nostalgia.

"Orgulho-me imenso de fazer parte desta familia, que me diz muito. Aprendi muito com vocês, podem crer!!

"Apoiaram-me sempre nos bons e maus momentos da minha vida, já foram alguns.

"Continuem a divulgar a nossa aldeia que é muito bela.

"Beijinhos da Ana Maria. Já me ia embora sem vos dizer que os meus pais (Manel e Mi) estavam presentes nesta visita.

"A sobrinha e prima: Ana Maria Carneiro"