20 janeiro 2006

A Vida É uma Festa!

A Vida É uma Festa!

Querida Nitas:

O Dia dos Anos é sempre um dia especial
E devia ser repetido todos os dias,
... Ou talvez não!
Porque se assim fosse,
Todos os dias,
Tornava-se monótono, chato, sensaborão!

O teu dia, desde há 59 anos,
É o 15 de Janeiro
E nesse dia todo o mundo
À tua volta é simpático,
Amável, porreiro,
Delicado, afável,
Para contigo
E sorri para ti
E dá-te beijinhos
E abraços
E oferece-te um bolo,
Talvez até uma prenda bonita,
Um belíssimo ramo de flores,
Promessas de felicidade,
Votos de boa saúde,
Um jantar romântico à beira-mar
Ou à beira-rio.

Marido e filhos,
Amigos e amigas,
Manos e manas,
Cunhados, primos,
Colegas de curso e de trabalho,
Professores e alunos...
Lembram-se de ti,
De uma maneira especial,
Para que te sintas em perfeita harmonia
Com o mundo
E quiçá para apreciares melhor
O quanto a Vida é uma Festa
E que é um privilégio estarmos vivos
E de boa saúde
E de ter alguém a nosso lado
Que nos ama, estima, gosta de nós...

Por isso, Nitas,
Ana,
Aniversariante,
Amiga de Alex,
Tu és uma felizarda...
E a ti assenta que nem uma luva
A letra da canção da Violeta Parra
(Interpretada, entre outros, por Joan Baez,
Lembras-te):

Gracias a la vida, que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros, que cuando los abro,
Perfecto distingo lo negro del blanco,
Y en el alto cielo su fondo estrellado,
Y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida, que me ha dado tanto.
Me ha dado el oМdo que, en todo su ancho,
Graba noche y dМa grillos y canarios
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
Y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la vida, que me ha dado tanto,
Me ha dado el sonido y el abecedario.
Con èl las palabras que pienso y declaro,
"Madre,", "amigo," "hermano," y los alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la vida, que me ha dado tanto.
Me ha dado la marcha de mis pies cansados.
Con ellos anduve ciudades y charcos,
Playas y desiertos, montañas y llanos,
Y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón, que agita su marco.
Cuando miro el fruto del cerebro humano,
Cuando miro al bueno tan lejos del malo.
Cuando miro el fondo de tus ojos claros.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa, y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que forman mi canto,
Y el canto de ustedes que es el mismo canto.

Y el canto de todos que es mi propio canto.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.

(Se quiseres relembrar a melodia, clica em:
http://ingeb.org/songs/graciasa.mid)

Daqui de Lisboa (com um cheirinho a Itália, Florença)
Recebe muitos beijinhos e xicorações dos teus
Luis, Alice, Joana e Joana

15 de Janeiro de 2006

01 janeiro 2006

As cores e os sabores do nosso Natal de 2005

Candoz tem outro encanto... no Natal, na Páscoa, na festa da Senhora do Socorro, nas Vindimas, na hora da despedida...(Que não me interpretem mal os meus sócios e cunhados do Porto - e acima de tudo, amigos - para quem Candoz é o sábado, o 'levantar o cu cedo da cama', o frio da madrugada, a poda até Fevereiro, os enxertos, os trabalhos (es)forçados ao longo do ano, a vinha, o vinho, a horta, as batatas, as regas, o mato, a lavoura, a limpeza dos 'montes', o corpo dorido e cansado sábado à noite, 52 semanas por ano, etc., etc.).

O Natal vamos sempre (há quantos anos ?) passá-lo no Norte, primeiro em Candoz (até finais dos anos 80), e depois na Madalena, em Vila Nova de Gaia. O Natal é a família, os amigos. Somos recebidos como príncipes na Madalena, tratados magnanimamente pelo Gusto e pela Nitas, sem esquecer o Luís Filipe e o Tiago, que são os herdeiros daquele turismo de habitação... . E sem nunca ter ouvido ou lido o famoso provérbio popular, segredado, insinuado, pensado ou escarrapachado no espelho da casa de banho: "O peixe e o hóspede ao fim de três dias fedem". E, depois, o melhor, ainda é a conta que nos apresentam, no final das férias...

Na realidade, estamos em casa na Madalena, sentimo-nos em casa na Madalena, Rua Dom Afonso Henriques, nº 30. É o melhor hotel de Portugal, passe a publicidade.

Mas o Natal também são as cores, os cheiros, os sabores da aldeia... Vamos sempre a Candoz matar saudades, mesmo que o Natal agora seja no Porto. Aqui ficam alguns registos, breves, fotográficos, no Natal dos mouros no Norte, e sobretudo da curta visita (com almoço, para comer o arroz de grelhos com moiras...) do dia 26 de Dezembro de 2005. L.G.



A Foz do Douro, ao pôr do sol, vista de carro na ponte da Arrábida, no sentido norte-sul



Um aspecto da nossa vinha, com as serras, ao fundo, que inspiraram o Eça de Queiroz e o seu príncipe Jacinto...


A linha do Douro ao fundo, no troço entre as estações do Juncal e de Mosteiró...

A penca, a famosa penca, comida com o bacalhau lascudo do Natal... No dia seguinte faz-se o não menos famoso farrapo velho...


As cores (fabulosas) dos nossos carvalhos e castanheiros nesta altura do ano...


Um arbusto que em Candoz não está em extinção...


Folha e bolota do carvalho...


As crianças divertem-se, apesar do frio...


Sangue, suor e lágrimas... Uma terra roubada à floresta de carvalhos e de castanheiros...


As delícias do fotógrafo...


A albufeira da barragem do Carrapatelo, com Porto Antigo ao fundo... Paragem obrigatória dos barcos rabelos de antigamente...



A Igreja da Freguesia do Grilo vista de Candoz com uma aproximação de 12 vezes.





O estrume que vai alimentar as videiras... Os muros de pedra que suportam as leiras...

Viva a senhora engenheira!

Agora que o ano está a acabar, é altura de fazer limpeza às gavetas da secretária e aos ficheiros de computador. Nessas andanças descobrimos mais uns versinhos que também fazem parte do nosso álbum de Candoz e que seria uma pena irem para o lixo. Não tanto pela sua qualidade (literária) como sobretudo pela pessoa que é (foi)homenageada...


Viva a senhora engenheira,
Em química diplomada,
No trabalho é a primeira,
Em tudo é muito prendada.

Em tudo é muito prendada,
A começar p’lo amor;
É feliz e bem casada
Co’um sortudo dum doutor.

Co’ um sortudo dum doutor,
Danado p’ra trabalhar;
Ele, bom pai e gestor,
Com ela faz belo par.

Com ela faz belo par,
A nossa querida Tia,
Parabéns lhe vamos dar
Por ser hoje o seu dia!

Por ser hoje o seu dia,
Dia quinze de Janeiro,
Fiz-lhe esta poesia,
Eu, a Joana Carneiro.

Eu, a Joana Carneiro,
Não lhe vou tocar um hino;
O João é mais porreiro,
Vai-lhe tocar violino.

Vai-lhe tocar violino,
P’ra animar o serão;
A Alice toca o sino,
E fala com o coração.

E fala com o coração
O Luís, para lhe dizer:
- Nitas, aquele abração!,
Muita força p’ra viver!

Lisboa, 15 de Janeiro de 2002

Hoje faz anos a nossa Nitas!,

Mais que mana, cunhada e tia, aquela amiga de todos os bons e maus momentos da nossa vida. De Lisboa com amor a pensar em vocês todos, a Nitas, o Gusto, o Luís Filipe, o Tiago…